Em tempos de pandemia, lugar de criança é na escola?

Como professora de Educação Infantil da rede municipal do Rio, me preocupa o discurso e a pressão pelo retorno das aulas presenciais nas instituições de ensino, especificamente na Educação Infantil por se tratar de crianças tão pequenas. Entidades ligadas a esse segmento vieram a público recentemente expressar seus argumentos pela reabertura das unidades escolares. No dia 11 de setembro, no jornal Bom dia Rio da TV Globo, em matéria sobre a decisão da Justiça do Trabalho (TRT) que suspendeu a volta às aulas presenciais na rede particular do estado, a presidente da Associação Brasileira de Educação Infantil (Asbrei) fez uma fala que mostrou desconhecimento sobre a rotina, os princípios de trabalho na Educação Infantil e o impacto que esse retorno precoce pode causar. Em sua fala, o argumento utilizado para defender esse retorno é que “a recomendação da ciência para que haja uma proteção a todos aqueles que vão lidar com as crianças vão ser seguidas.” E as crianças? Como será para elas retornar às escolas nesse momento tendo que seguir tantas regras e restrições? Leia mais

Física quântica… salto quântico… cura quântica… coach quântico… afinal, o que é quântico?

The Quantum Postulate and the Recent Development of Atomic Theory (O postulado quântico e o recente desenvolvimento da teoria atômica), também chamado Como Lecture[1], é o artigo publicado pelo físico Niels Bohr, em 1927, tido como um dos principais na fundamentação da teoria quântica. Apesar dos quase 100 anos que datam o texto, a mecânica quântica ainda é uma área da física bastante movediça e de difícil compreensão (mesmo entre pesquisadores). Mas afinal, a despeito das ofertas de serviços e procedimentos estéticos que diariamente utilizam o adjetivo quântico como estratégia de validação científica e marketing, o que é a teoria quântica e por que ela é tão polêmica assim? Leia mais

A traição da colonialidade: uma perspectiva desde-colonial dos corpos caídos e mortos

Aqui, com o intuito de especificar a existência dessas personagens, mais uma vez quero fazer uso da metáfora do ready-made, no sentido amplo daquilo que (a) está feito e é ressignificado/desnaturalizado/desnormativizado e (b) da rememoração factual do banal olvidável, para pensar nos corpos caídos, as primeiras personagens, como aqueles pelos quais se luta, e nos corpos mortos, as segundas personagens, como aqueles que ao lutar aceitam morrer ou matar algo em si por suas causas. Leia mais

Democracia, educação e escola – desafios para driblar o senso comum e uma reflexão para a transformação concreta

Há mais de um século a educação é construída de forma institucional pelo estado brasileiro a partir da lógica republicana e nas últimas décadas tem ocorrido um esforço para a universalização do ensino público no país. Leia mais

Sobre a espiritualidade neoliberal

Já faz algum tempo que penso em escrever sobre esse tema, mas venho adiando por diversas razões. Agora, aproveito a deixa do dia internacional da yoga, que foi recentemente, em 21/07, quando diversas pessoas, simpatizantes ou praticantes de yoga, compartilharam em suas redes fotos de si mesmos fazendo asanas (posturas de yoga) e usando a hashtag #internationalyogaday (dia internacional da yoga). Leia mais

Educação Infantil e pandemia: algumas reflexões

Esse texto foi escrito por Aline Ricci. Atualmente estamos passando pela maior crise humanitária da nossa geração. Começar o texto com essa frase me causa um grande impacto, pois, no final de dezembro de 2019, quando comecei a ter acesso a notícias sobre o coronavírus, não imaginei que a situação… Leia mais

Lutas sociais em um mundo de selfies

Uma semana depois do brutal assassinato de George Floyd, manifestações cada vez maiores eclodem nos EUA, incendiando (literalmente) um país que mascara em diversas camadas suas profundas desigualdades. Se décadas atrás a imagem vendida pelo imperialismo estadunidense era o conhecido “sonho americano”, hoje a face supremacista que se esconde por debaixo desse sonho é exposta e posta em chamas pelas ruas do país. Evidentemente que mobilizações como estas no centro do capital global influenciam todo o mundo e, dias após os inícios dos protestos na terra do genocida Sam, atos começam a surgir em países europeus e na periferia do capitalismo, como é o caso do Brasil. Leia mais