In Code We Trust (II) – A Tokenização

Em linhas gerais, podemos definir a tokenização como um processo que visa transformar ou substituir um ativo real (mesmo que digital) em um número gerado por algorítmos. Nesse caso, não só objetos podem ser tokenizados, mas cadeias de produção, gostos, relações e até pessoas. A tokenização é uma radicalização da mercantilização de tudo, atribuindo signos (tokens) mercantis próprios ao que se mercantiliza. A tokenização de tudo está apontando para o fim da era da informação, do compartilhamento, da internet e entrada na era do valor, onde cada serviço terá sua moeda/token próprio e tudo funcionará na base de micro-pagamentos e recompensas. Leia mais

In Code We Trust (I) – A blockchain entre a hype e o ceticismo

Em seu livro “Dívida: Os primeiro 5000 anos” David Graber relata a história de um soldado britânico[1] em Hong Kong, na década de 50, que certa vez pagara sua conta no bar com um cheque inglês. Um dia o soldado encontrou seu cheque nas mãos de um vendedor local, com várias pequenas rasuras no papel. Sem possibilidade de utilização, à princípio, os mercadores começaram a trocar o papel entre si, acrescentando suas assinaturas, sinal da confiança depositada nesse processo. O autor conclui logo em seguida que o valor da unidade da moeda não é o valor do objeto, mas a medida da confiança de uma pessoa em outra. O elemento de confiança no curso, continua o autor, é o que dificulta mais ainda a posição Chartanista – do Latim Charta, símbolo ou token – de fazer com que as pessoas continuem acreditando nesse charta. Mais ainda se falarmos no estabelecimento dessa confiança em escala global. Leia mais